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O que você precisa saber sobre pré-eclâmpsia e prematuridade

pré-eclâmpsia e prematuridade

A pré-eclâmpsia é um problema de saúde enfrentado por aproximadamente 5% das mulheres grávidas no Brasil, sendo caracterizada por episódios recorrentes de hipertensão (pressão alta) e proteinúria (perda de proteínas na urina), após a vigésima semana de gestação.

Já a prematuridade corresponde aos casos em que o nascimento precisa ser antecipado, por problemas diversos como sangramentos, infecções, diabetes gestacional, assistência pré-natal inadequada ou risco de vida para mãe e feto.

Entenda um pouco mais sobre a relação entre os dois distúrbios e saiba qual a importância do médico especialista em obstetrícia de alto risco nessas condições.

Motivos que levam a pré-eclâmpsia

A pré-eclâmpsia pode acontecer antes ou depois do parto, sendo mais comum que as manifestações clínicas ocorram após a 37º semana de gravidez. Tanto a proteinúria quanto a hipertensão podem evoluir de maneira lenta ou rápida.

Os principais motivos para isso ocorrer são:

  • Liberação excessiva de proteínas na circulação materna, agredindo a parede dos vasos sanguíneos;
  • Doenças auto-imunes não diagnosticadas;
  • Problemas cardiovasculares;
  • Dieta hipercalórica e hipergordurosa;
  • Problemas genéticos;
  • Diabetes gestacional;
  • Consumo excessivo de sódio durante a gestação;
  • Alcoolismo e tabagismo

Quando não tratada corretamente, a pré-eclâmpsia evolui para eclâmpsia, colocando em risco a vida da mãe e do bebê.

Sintomas da pré-eclâmpsia

Os principais sintomas da pré-eclâmpsia são:

  • Inchaço ou edema nos membros inferiores
  • Aumento rápido de peso
  • Perda de proteínas na urina (urina espumosa ou com sedimentos)
  • Tonturas e sensação de desmaio
  • Aumento desenfreado da pressão sanguínea
  • Sangramento vaginal
  • Dores de cabeça frequentes
  • Perturbações visuais
  • Dores no estômago

É importante saber que apesar dos sintomas se manifestarem na maioria dos casos, a pré-eclâmpsia pode surgir silenciosamente, dificultando o diagnóstico precoce.

Fatores de risco

A pré-eclâmpsia não tem uma causa principal definida ou conhecida, mas existem fatores de risco que contribuem para o surgimento do problema:

  1. Mulheres que já possuem histórico de pressão alta
  2. Primeira gestação
  3. Lúpus
  4. Gravidez de alto risco
  5. Problemas renais
  6. Diabetes Tipo 2
  7. Gravidez de gêmeos ou trigêmeos
  8. Obesidade antes da gravidez
  9. Gravidez após os 35 anos ou antes dos 16 anos
  10. Casos anteriores na família (mãe ou irmãs)

Mulheres sem pressão alta ou sem histórico de pré-eclâmpsia também podem ser acometidas, sendo fundamental o acompanhamento completo de qualquer gestação, de baixo, médio ou alto risco.

Exames e diagnóstico

O exame de proteinúria e o acompanhamento dos níveis de pressão arterial na gestação são a principal maneira de diagnosticar casos de pré-eclâmpsia, assim como o exame físico, feito a partir de avaliações que observam a existência de inchaços e edemas nas mãos e no rosto.

Também é importante solicitar exames de sangue e dosagem de enzimas hepáticas, uma vez que a pré-eclâmpsia costuma reduzir a contagem de plaquetas e aumentar o nível das aminotransferases, ALT, AST, Fosfatase alcalina e GGT.

Exames de ultrassom, perfil biofísico e testes de coagulação sanguínea são necessários para monitorar a saúde do bebê e ajudar a decidir se o parto pode acontecer no tempo certo ou prematuro.

Tratamento da pré-eclâmpsia

O tratamento da pré-eclâmpsia consiste no controle da pressão alta e nos níveis de proteinúria. Medicamentos como furosemida e hidroclorotiazida podem ser prescritos, sem prejudicar a saúde do bebê.

Os casos de pré-eclâmpsia só podem ser “curados” definitivamente após o parto. Ainda assim, é recomendado que a mãe e bebê continuem sendo monitorados nos dias seguintes, como medida protetiva. Alguns hábitos e cuidados são fundamentais no período de gestação da mulher com pré-eclâmpsia:

  • Restrição no consumo de sal e açúcar na dieta
  • Aumento na ingestão de água
  • Aferição frequente da pressão sanguínea
  • Vigilância
  • Repouso da mãe no lado esquerdo (posição que melhora a circulação na região dos rins e do útero)

Tem como evitar ou prevenir a pré-eclâmpsia?

Infelizmente não existe nenhuma forma de evitar a pré-eclâmpsia, uma vez que ela pode se manifestar em qualquer mulher grávida. A melhor maneira de prevenir complicações é fazendo um bom pré-natal e adotando hábitos saudáveis no dia a dia.

As mulheres que possuem algum fator de risco ou já tiveram pré-eclâmpsia em outras gestações devem ser acompanhadas mais de perto, com consultas mais frequentes, a fim de evitar o avanço do problema.

Prematuridade e pré-eclâmpsia: Estimativas e Consequências

Estima-se que mais de 76 mil mães e 500 mil bebês no mundo perdem suas vidas devido à pré-eclâmpsia e suas complicações todos os anos. A doença é responsável por 25% das mortes maternas na América latina e afeta entre 5 a 7% das gestantes no Brasil. 

Quando não controlada e diagnosticada a tempo, a pressão alta aumenta as chances de partos prematuros consideravelmente. As consequências da falta de assistência podem causar edema ou hemorragia cerebral, insuficiência renal e desprendimento da placenta na parede uterina.

O desprendimento pode evoluir para hemorragia vaginal, afetando o fluxo de nutrientes e oxigênio para o feto, que passa a correr sério risco de morte. Nessas condições, a eclâmpsia já está instalada, provocando coma e convulsões.

As gestações acima de 34 semanas devem ser interrompidas imediatamente, razão pelo qual ocorrem muitos partos prematuros. Se abaixo de 24 semanas, é aconselhável interromper a gravidez, preservando a vida da mãe.

Importância do médico especialista em obstetrícia de alto risco nas gestações

O médico especialista em obstetrícia de alto risco é fundamental para evitar casos de prematuridade e morte em casos graves de pré-eclâmpsia. Ao saber como proceder, diagnosticar, medicar e orientar a mãe é possível minimizar as consequências do distúrbio, gerando uma gestação saudável e mais segura.

O Brasil é um dos países com a menor proporção de profissionais especialistas nesta área, portanto, aqueles que optam pela especialização em obstetrícia de alto risco tem grandes oportunidades e estão contribuindo para o avanço na prevenção de pré-eclâmpsia e eclâmpsia fatal no país.

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Referência:

Zeisler H, Llurba E, Chantraine F, Vatish M, Staff AC, Sennström M, Olovsson M, Brennecke SP, Stepan H, Allegranza D, Dilba P, Schoedl M, Hund M, Verlohren S. Valor preditivo da relação sFlt-1: PlGF em mulheres com suspeita de pré-eclâmpsia. N Engl J Med. 2016 7 de janeiro; 374(1):13-22. DOI: 10.1056/NEJMoa1414838. PMID: 26735990.

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